SACOLAS PLÁSTICAS, UMA DAS MAIORES FONTES POLUIDORAS DO PLANETA PODERÁ DESAPARECER

Elas levam 300 anos para se decompor, mas há divergências sobre como lidar com isso

O plástico polui e muito. As sacolas são incapazes de se decompor em curto prazo. Trata-se, portanto, de uma decisão lógica: aboli-las dos supermercados parece evidente, mas não é tão simples. Existem divergências ambientais, culturais e políticas sobre como eliminar esse problema.
As sacolas de plástico demoram pelo menos 300 anos para sumir no meio ambiente. Em todo o mundo são produzidos 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, 1 bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente o que dá 66 sacolas por brasileiro ao mês.

São 210 mil toneladas de plástico filme, a matéria-prima das sacolas, ou 10% de todo o detrito do país. É realmente muito lixo. Algumas alternativas estão sendo adotadas. Nos Estados Unidos, é o uso de sacolas de pano ou sacos e caixas de papel.

Outra solução é a cobrança de uma taxa por sacola, como acontece na Irlanda desde 2002 e o dinheiro é revertido em projetos ambientais.

No Brasil, a principal alternativa são as sacolas de plástico oxibiodegradáveis. Elas vêm com um aditivo químico que acelera a decomposição em contato com a terra, a luz ou a água. O prazo de degradação é até 100 vezes menor ou seja, uma sacola leva apenas três anos para desaparecer.

Em São Paulo, a Assembléia Legislativa chegou a aprovar um projeto que tornaria obrigatório o uso dos oxibiodegradáveis.

O ideal seria a troca, pura e simples, do material plástico por pano ou papel.
A indústria do plástico publicou um informe nos jornais brasileiros com o seguinte texto: “O plástico faz parte da vida contemporânea, é 100% reciclável e está em milhares de produtos. As sacolas plásticas são reutilizáveis, práticas, higiênicas e têm múltiplos usos. São particularmente importantes para 80% dos consumidores que fazem compras a pé ou de ônibus".

Os fabricantes se comprometeram a produzir sacolas mais resistentes (para evitar uso em excesso e, com isso, reduzir o volume em 30%), estimular a utilização de sacolas plásticas de uso contínuo e desenvolver ações de educação sobre consumo responsável, coleta seletiva, reciclagem e utilização dos plásticos para a geração de energia.

Pode-se dizer tudo dos sacos de plástico, menos que eles não sejam práticos. Com a mudança, haveria outro problema: vão faltar sacos para descartar o lixo doméstico.

Para os governantes, o aditivo que faz com que o plástico se degrade continuaria contaminando o ambiente por causa dos catalisadores empregados, derivados de metais como níquel e manganês.

Sendo assim, o mais inteligente a fazer é ensinar a população, através de fortes campanhas, que a sacola plástica é reciclável e recomendar um destino apropriado a elas.