Atendimento médico foi o tema mais focado pela mídia nos últimos dias. Existem informações de que médicos atendem, em apenas meio período, aproximadamente 30 pacientes.
Convenhamos: se cada atendimento demorar 15 minutos, tempo razoável, mais 5 para a troca de paciente, soma-se 20 minutos que, multiplicado por 30 pacientes, são 600 minutos ou seja, 10 horas para se conseguir a proeza. Será que ficam todo esse tempo atendendo?
A explicação talvez seja o “olho clínico”. O paciente entra, ele prega uma “olhadela”, “identifica” o problema e “sapeca” uma receita, muitas destas totalmente ilegível obrigando o vendedor da farmácia a fazer uma pesquisa junto ao paciente indagando seu problema para depois adivinhar o que está rabiscado.
Pesquisando sobre o tema, encontramos um relato de um médico da cidade de Rio Preto que traduz quase que na íntegra o que desejamos colocar
Texto: “O médico não pôs a mão em mim”, é a freqüente e crescente reclamação. Paradoxalmente, toda escola de medicina de bom nível valoriza a Clínica Médica, e todos concordam que a clínica é soberana, está acima das especialidades. O estudo da Clínica tem início pela Propedêutica.
A propedêutica ensina minuciosamente que o exame deve ser feito sempre examinando a pessoa como um todo e nas suas diferentes partes. Deve-se prestar atenção como o paciente se locomove (sua marcha), como se posiciona (sua postura), sua fisionomia, enfim, temos que observar, ouvir, cheirar, tocar, e sentir o enfermo.
Então, o médico sabe que o doente quer se examinado, cientificamente sabe a importância do exame, foi treinado para examinar, e por que não examinar? Por várias razões:
1- A desastrosa Política de Saúde dos últimos 40 anos, sempre contra o médico e contra o paciente. Essa política destruiu o relacionamento médico-paciente, impediu a livre-escolha e dificultou o atendimento aos realmente necessitados.
2- A desvalorização da consulta. Pelos melhores convênios o valor líquido de uma consulta livre dos impostos não ultrapassa R$ 20,00. Tirando as despesas de consultório não sobram nem R$ 10,00.
3- O serviço público exige produtividade, atender muitos em pouco tempo, sacrificando a qualidade.
4- Finalmente, o mercantilismo assistencial (poder econômico), cujo único objetivo é obter lucro, além de desvalorizar o ato médico que não dá lucro, super valorizou os exames e procedimentos de alto custo, muito lucrativos. É freqüente, nas consultas, o segurado dos convênios não ter queixas, querer apenas fazer exames, por ter esse direito e estar convencido da importância dos exames.
Na realidade, os exames estão com sua indicação desvirtuada, perderam seu objetivo de confirmar os dados obtidos pela consulta e contribuir para o diagnóstico e mudanças no tratamento. São exames de rotina, quase sempre inúteis e até perniciosos. Os doentes não podem ser rotinas, devem ser individualizados.
Quanto mais se conhece sobre determinada moléstia, menos exames serão necessários. É interessante notar que os médicos mais jovens sentem verdadeiro orgulho em mostrar que providenciaram uma série enorme de exames sofisticados e de alto custo. Essa é a medicina baseada em evidências, protocolos e consensos. Nela, o médico não põe a mão. Peço a Deus que esta medicina seja apenas mais um dos modismos, felizmente passageiros, e que o médico volte a observar, ouvir, tocar e sentir o enfermo. E volte a pôr a mão no paciente”
Então, o médico sabe que o doente quer se examinado, cientificamente sabe a importância do exame, foi treinado para examinar, e por que não examinar? Por várias razões:
1- A desastrosa Política de Saúde dos últimos 40 anos, sempre contra o médico e contra o paciente. Essa política destruiu o relacionamento médico-paciente, impediu a livre-escolha e dificultou o atendimento aos realmente necessitados.
2- A desvalorização da consulta. Pelos melhores convênios o valor líquido de uma consulta livre dos impostos não ultrapassa R$ 20,00. Tirando as despesas de consultório não sobram nem R$ 10,00.
3- O serviço público exige produtividade, atender muitos em pouco tempo, sacrificando a qualidade.
4- Finalmente, o mercantilismo assistencial (poder econômico), cujo único objetivo é obter lucro, além de desvalorizar o ato médico que não dá lucro, super valorizou os exames e procedimentos de alto custo, muito lucrativos. É freqüente, nas consultas, o segurado dos convênios não ter queixas, querer apenas fazer exames, por ter esse direito e estar convencido da importância dos exames.
Na realidade, os exames estão com sua indicação desvirtuada, perderam seu objetivo de confirmar os dados obtidos pela consulta e contribuir para o diagnóstico e mudanças no tratamento. São exames de rotina, quase sempre inúteis e até perniciosos. Os doentes não podem ser rotinas, devem ser individualizados.
Quanto mais se conhece sobre determinada moléstia, menos exames serão necessários. É interessante notar que os médicos mais jovens sentem verdadeiro orgulho em mostrar que providenciaram uma série enorme de exames sofisticados e de alto custo. Essa é a medicina baseada em evidências, protocolos e consensos. Nela, o médico não põe a mão. Peço a Deus que esta medicina seja apenas mais um dos modismos, felizmente passageiros, e que o médico volte a observar, ouvir, tocar e sentir o enfermo. E volte a pôr a mão no paciente”
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