Itararé sempre foi bem servida de competentes músicos e de bons grupos e conjuntos musicais.
Em outras oportunidades, estaremos lembrando de todos os músicos renomados, bem como dos conjuntos e grupos musicais que fizeram parte da história cultural neste segmento em Itararé.
Nesta edição, estaremos conversando com o gaiteiro e líder do irreverente, competente e famosíssimo grupo tradicionalista “Tche Loko”, Claudinei Osório da Silva.
RS – Porque “Tchê Loko”?
Tchê – Eu tocava no extinto “Grupo Querência” e fazia muita firula. Dançava, pulava e o baterista, “Beto”, me chamava de tchê e passou a me chamar assim, Tchê Loco e o apelido pegou.
RS – Quando Surgiu o Grupo?
Tchê – Surgiu em 1994 quando saí do grupo “Tradição Serrana” onde também fui músico e resolvi me aventurar e montar meu próprio grupo.
RS – O Grupo “Tche Loko” tem quantos componentes?
Tchê – Somos em cinco. Eu na Gaita, Rafael na Percussão, Carlos Alexandre na Bateria, Leandro no Contra-baixo e Fabiano na Guitarra, e todos fazem vocal.
RS – Qual o principal estilo da banda? Já vimos vocês tocarem diversos estilos.
Tchê – A nossa linha é o gauchesco, regionalista. Entretanto, no ramo musical você tem que fazer de tudo e procuramos estar sempre atualizados e tocar o que o povo está consumindo no momento. Temos no repertório Rock, Funk, Samba, Jazz, MPB, Internacionais e Sertanejo Universitário.
RS – O que levou vocês a desenvolver este estilo teatral no palco, com coreografias variadas?
Tchê – Isso é natural. Nós procuramos curtir. Eu por exemplo, sou o que mais brinco, faço festa, danço.... na verdade procuramos nos divertir também como qualquer pessoa convidada do evento.
RS – Quem é o chefe ou líder?
Tchê – É... acho que sou eu. Procuro liderar o grupo. Creio que tenho um pouco mais de bagagem, sou um pouco mais político e procuro cuidar de cada um da piazada.
RS – Os músicos do Grupo começaram com você ou vem de outras bandas?
Tchê – Não, cada um já tem sua experiência. Participaram de outros grupos, alguns inclusive de grandes grupos do Paraná. São músicos de primeira linha, competentes e responsáveis
RS – Você que dá o seu apelido para o grupo, já fez parte de outros conjuntos musicais?
Tchê – Participei de bons conjuntos. Iniciei nos Tropeiros, passei pelo Grupo Querência, Tradição Serrana e outros.
RS – Você é de Itararé?
Tchê – Sou Itarareense e Paranaense. Nasci aqui e fui muito novo para o Paraná. Minha família é toda do Sul, da cidade de Santo Ângelo. Somos em cinco irmãos.
RS – De onde vem seu estilo, você se inspirou em alguém em alguma personalidade do ramo?
Tchê – Não. Isso acontece naturalmente. Não ensaio nada disto. Gosto de brincar com o povo e acho que eles gostam de minhas brincadeiras e isso me faz feliz.
RS – Qual o estilo de música que agita mais o povo? O que eles pedem mais?
Tchê – Sem dúvidas é a vanera. Num baile gaúcho a vanera é a que mais agita, mais anima e certamente a mais gostosa pra dançar.
RS – Quem cuida do figurino do Grupo?
Tchê – Eu não me prendo muito nisso. Minha mulher é que tem marcação acirrada e cuida para que cada apresentação tenha um figurino adequado.
RS – Em que dia da semana vocês ensaiam e em que local?
Tchê – Não temos tempo para ensaiar. Cada um de nós tiramos a música em casa nos momentos de folga e minutos antes da apresentação damos uma passada e a coisa sai. É claro que se não ficar legal, não tocamos naquela oportunidade.
RS Qual foi o clube ou a cidade que marcou em suas apresentações?
Tchê. Cada apresentação é uma coisa nova. Onde gravou mais foi em Jundiaí quando fomos tocar esperando 200 pessoas e o salão tinha mais de 3 mil e todos jovens. Foi muito legal.
RS – Já se decepcionaram em alguma situação, esperando um público grande e não teve?
Tchê – Não. Em todos os eventos que somos convidados o público já está comprometido e certo levado pela importância deles. Graças a Deus.
RS – Qual o sonho do grupo?
Tchê – Melhorar sempre e crescer profissionalmente.
RS – Não pensaram em gravar?
Tchê – Já gravamos. Estamos divulgando nosso CD com 12 canções inéditas e procurando trabalhar uma música chamada “ Nos braços de uma paixão” e já está tocando nas rádios.
RS – Você não foi convidado a participar de um grupo já profissional com carreira fixada?
Tchê – Várias vezes. Já fui convidado a participar dos grupos “Os Mirins”, “Bailanta”, “Maragatos” e outros.
RS – Alguns de vocês tem outra ocupação?
Tchê – Não. Hoje vivemos exclusivamente da música.
RS – Tem algum grupo gauchesco que você mais gosta?
Tchê – Tem vários. Serranos, Monarcas, Rodeio e um novo, Portal Gaucho.
RS – Como tá a agenda?
Tchê – Graças a Deus lotada. Tem mês que chegamos a tocar 18 vezes. “Más podem ligar que arrumaremos um “geitito” de comparecer”.
Só temos é que agradecer o carinho do povo que gosta da gente, que nos acompanha em nossas apresentações e que nos recebe sempre de braços abertos. Não queremos ser melhor que ninguém, apenas procuramos fazer a nossa parte com muito carinho e responsabilidade.